Não
se assuste. Mas é bom que você saiba que sua
roupa está impregnada de petróleo. E também
que há uma série de produtos químicos
cobrindo o seu corpo. Calma. A não ser que
você seja uma pessoa extremamente radical e
se vista apenas com produtos naturais, como
folhas e penas (vestimenta que, convenhamos,
pode até lhe cair muito bem, mas só no
carnaval), é natural, com a licença do
poeta, que seja assim. Mesmo porque
dificilmente haveria penas e folhas para
vestir todo o mundo.
Vamos
estabelecer o fio dessa história. Com a
nafta, extraída do petróleo ou do gás
natural, as indústrias petroquímicas geram
diversos produtos como o
etilenoglicol, o ácido
tereftálico, o dimetil
tereftalato, a
acrilonitrila, a
adiponitrila e a
caprolactama. São esses
produtos com nomes difíceis de pronunciar
que vão dar origem aos fios e fibras de
poliéster, à
poliamida - mais conhecida como
náilon, à fibra acrílica e ao
elastano. Essas fibras, por sua
vez, misturadas ou não a fibras naturais
como o algodão e a lã, vão permitir a
produção de tecidos mais resistentes, mais
elásticos, com melhor caimento e com melhor
estabilidade de forma.
A
produção de fibras sintéticas é
relativamente recente mas gerou uma
verdadeira revolução no modo do homem se
vestir. As meias femininas, por exemplo, que
moldam e protegem as pernas, com a vantagem
de não escondê-las e torná-las mais
insinuantes, são fabricadas com fibras
sintéticas. A maciez ao toque das peças de
lingerie é garantida pelas fibras
sintéticas. Repare nas roupas utilizadas na
ginástica aeróbica: elas "colam" no corpo,
mas o tecido é resistente e ao mesmo tempo
elástico, dando liberdade de movimentos ao
atleta. Essas qualidades são proporcionadas
pelas fibras sintéticas.
Mas
não é só em sua roupa que você se deparará
com as fibras sintéticas e artificiais. Elas
também estão presentes nos sofás, nos
carpetes e tapetes, em autopeças, nos
lençóis, nas toalhas de mesa, nos pneus e
nos estofamentos de automóveis, na pelúcia,
nas cortinas e em muitos outros itens. E
tudo isso tem origem na Química. Que, aliás,
também fornece os corantes e pigmentos que
dão cores alegres, brilhantes, opacas ou
neutras aos fios e fibras que criam a moda.
Da próxima vez, portanto, não se espante
quando alguém lembrá-lo de que há petróleo
em sua roupa. É natural que seja assim.
