Açúcar refinado
faz mal? É melhor utilizar o mascavo?
O açúcar mascavo passa por um
número menor de processos de refino do que o açúcar
refinado. A literatura por mim consultada indica
que, desconsiderando este aspecto, o açúcar refinado
é essencialmente equivalente ao mascavo, só que este
último teria um maior número de sais minerais do que
o refinado, uma vez que o mascavo possui cerca de
90% de pureza, contra 99,8% do açúcar refinado.
Contudo, o refino concentra mais a sacarose do
açúcar, fazendo com que se tenha um produto com alta
densidade de sacarose. Nosso corpo não é acostumado
com compostos de alta pureza (veja o exemplo da água
e os sais minerais nela dissolvidos e sua
importância). Essa concentração pode causar no
organismo um efeito muitas vezes caracterizado por
analogia como “efeito montanha-russa”, o qual se
caracteriza por altas e baixas concentrações de
glicose no sangue em tempos relativamente curtos.
Esse feito pode, a longo prazo, causar avarias no
sistema liberador de insulina, podendo resultar em
patologias.
Se me perguntassem qual a minha
opinião sobre o açúcar mascavo e o refinado, ou qual
seria o mais recomendado sob o ponto de vista da
nutrição, eu diria, sinceramente, “não sei”. Bem,
mas posso fazer algumas especulações. Vamos lá!
Quanto ao assunto “açúcar
refinado”, tenho minha opinião estabelecida. Durante
minha revisão bibliográfica, deparei com o livro
O que Einstein disse a seu cozinheiro, do autor
Robert Wolke, e fiquei bastante pensativo quanto às
suas palavras, em especial com as que destaco
abaixo:
"Será
que alguém poderia por favor me explicar por que,
quando os componentes do melado são retirados, a
sacarose pura restante de repente passa a ser ruim e
danosa à saúde?" p.16
A meu ver, parece que o autor,
inclusive nos parágrafos anteriores à citação acima,
fez somente uma análise sob o ponto de vista
químico, comparando o açúcar mascavo e o refinado.
Não considerou, talvez por não ser sua área, os
açúcares mascavo e refinado e suas dinâmicas em
nosso organismo. O refinado é um produto concentrado
e pode gerar, com um seu consumo excessivo, altos
níveis de glicose no sangue de maneira relativamente
rápida, visto que a catálise da sacarose não demanda
muito tempo e energia para ocorrer. Inclusive, há a
expressão “calorias vazias”, devido à retirada dos
nutrientes do açúcar e ao fornecimento, quase que
100%, de glicose e frutose ao organismo.
Respeitando a tolerância de cada
indivíduo, considerando os mais sensíveis aos
produtos concentrados, pode ocorrer um efeito
chamado “montanha-russa”, como expliquei
anteriormente, cujo ponto mais baixo de hipoglicemia
é de duas a quatro horas após a refeição. O
indivíduo pode se sentir cansado e volta a ter fome.
Caso ele novamente coma um alimento à base de açúcar
refinado, mais perturbações podem acontecer
novamente. Com o passar dos anos, a constante
necessidade de insulina e as quedas nos níveis de
glicose no sangue podem provocar avarias nas
glândulas que produzem insulina, devido ao excesso
de trabalho.
A decisão de optar por um tipo de
açúcar é muito pessoal. Minha sincera opinião é que,
se você possui problemas de saúde, quer emagrecer ou
apenas manter-se saudável e em forma, procure um
profissional da nutrição, o qual saberá, com base em
análise das respostas do seu metabolismo, orientá-lo
sobre a ingestão de alimentos e lhe indicará o
adoçante mais adequado.