PROFESSOR

PAULO CESAR

PORTAL DE ESTUDOS EM QUÍMICA
 

DICAS PARA O SUCESSO NO VESTIBULAR: AULA ASSISTIDA É AULA ESTUDADA - MANTER O EQUILÍBRIO EMOCIONAL E O CONDICIONAMENTO FÍSICO - FIXAR O APRENDIZADO TEÓRICO ATRAVÉS DA RESOLUÇÃO DE EXERCÍCIOS.

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Polônio-210 usado para matar o ex-espião da KGB Litvinenko pode ter sido usado para matar também o líder Palestino Yasser Arafat

 

O líder palestino Yasser Arafat morreu em 11 de novembro de 2004, aos 75 anos

RAMALLAH

Uma investigação da rede árabe de TV Al-Jazeera fez voltar à tona rumores de que Yasser Arafat, histórico líder palestino, não morreu de causas naturais, mas foi assassinado por envenenamento, há oito anos.

Um exame em laboratório feito a pedido da emissora encontrou traços de Polônio-210, substância altamente radioativa, em objetos pessoais de Arafat - roupas, escova de dentes e no seu keffieh, lenço tradicional que ele transformou no símbolo da causa palestina.

Segundo o Institut de Radiophysique, laboratório onde foram realizados os testes, na Suíça, Arafat tinha uma quantidade anormal de polônio dentro de seu corpo quando morreu, em um hospital militar na periferia de Paris. Pouco antes de morrer, ele passou semanas sob cerco de tanques israelenses em seu escritório, em Ramallah.

Testemunhas afirmam que Arafat estava bem de saúde, mas, subitamente, caiu doente. O chefe e fundador da Autoridade Palestina foi transferido às pressas para a França. Vários testes foram realizados pela equipe médica em Paris, mas nenhum indicou que Arafat tivesse sido envenenado. As causas da morte tampouco foram esclarecidas, entre as especulações estão as de que ele tinha câncer ou mesmo aids.

"Posso confirmar que detectamos uma quantidade inexplicavelmente alta de Polônio-210 nos objetos de Arafat, que contêm traços de fluídos biológicos", afirmou ontem François Bochud, diretor do laboratório suíço. Os objetos analisados por Bochud foram entregues à Al-Jazeera por Suha, viúva de Arafat.

Em 2010, um de seus seguranças, Imad Abu Zaki, que trabalhou para Arafat de 1988 até sua morte, afirmou em entrevista que Arafat morreu envenenado, mas não por uma substância colocada em sua comida.

 

Viúva de Arafat autoriza exumação do corpo após suspeita de envenenamento

A viúva de Yasser Arafat, Suha Arafat, autorizou a exumação do corpo do líder palestino, morto em 2004, após a divulgação de um estudo indicando resíduos da substância tóxica polônio em suas roupas.

Suha Arafat, que mora atualmente na ilha de Malta, no Mar Mediterrâneo, também pediu que seja feita uma autópsia para verificar se há indícios do material químico nos restos mortais de seu marido.

A decisão da viúva de Arafat ocorre um dia depois de a rede de TV Al Jazeera, sediada no Catar, ter publicado um estudo indicando que a substância radioativa e altamente tóxica foi encontrada em objetos que Arafat usava na época em que ficou doente, inclusive sua escova de dentes.

O estudo, realizado pelo Instituto Suíço de Radiofísica, indica "níveis anormais do elemento raro e radioativo denominado Polônio".

Segundo o cientista do instituto, François Bochud, o estudo revelou "uma quantidade não explicada e elevada de Polônio-210".

Nesta quarta feira, a Autoridade Nacional Palestina (ANP) disse à agencia de notícias palestina Maan que aceitou exumar o corpo de Arafat do local onde ele está enterrado, o complexo de ANP, em Ramallah, na Cisjordânia.

A ANP também informou que realizará uma investigação internacional para tentar esclarecer o mistério sobre a morte do ex-líder palestino.

Histórico

Arafat, ex-guerrilheiro e ganhador do Nobel da Paz, morreu em 11 de novembro de 2004, aos 75 anos. Na época, ele estava rompido com Israel, depois da violenta interrupção do processo de paz em 2000.

Depois de passar muito tempo doente, Arafat foi transferido nos seus últimos dias de vida para Paris, onde médicos disseram ser incapazes de estabelecer a causa da sua morte. Autoridades francesas se recusaram a apresentar detalhes sobre a doença dele, amparando-se em leis que protegem a privacidade.

O Polônio, aparentemente ingerido na comida, já foi apontado como responsável pela morte, após prolongada agonia, do ex-espião russo Alexander Litvinenko, ocorrida em Londres em 2006.

Israel negou ter envolvimento na morte de Arafat, e Avi Dichter, na época chefe do serviço de inteligência israelense, o Shin Bet, disse na quarta-feira que o ônus da prova cabe aos palestinos.

"O corpo está nas mãos deles. Está em Ramallah, e realmente todas as chaves estão nas mãos deles", afirmou Dicther à Rádio Israel.

Morte

Yasser Arafat, fundador do movimento Fatah e líder da Organização de Libertação da Palestina (OLP), é considerado o principal símbolo da luta nacional dos territórios autônomos pela criação de um Estado independente.

Em outubro de 2004, quando se encontrava sitiado pelo Exército israelense no quartel general da Autoridade Nacional Palestina em Ramallah, Arafat ficou gravemente doente de forma repentina.

As causas de sua morte, que ocorreu no dia 11 de novembro de 2004 em um hospital francês, não foram explicadas até hoje. Sua morte é um enigma. Os quase 50 médicos que se revezaram para cuidar do líder não indicaram a razão exata da deterioração de seu estado de saúde. Os palestinos acusaram Israel de tê-lo envenenado.

Houve suposições e rumores de que ele sofria de câncer, cirrose ou Aids, mas nenhuma das hipóteses foi provada.

Com a descoberta dos resíduos de polônio em seus pertences, ressurge a suspeita de que o líder palestino teria sido vítima de um assassinato.

Exame

De acordo com o instituto suíço, para comprovar que o envenenamento com polônio foi a causa da morte do líder palestino, seria necessário verificar se a substância se encontra em seus ossos ou na terra que encobriu o corpo.

O instituto também afirmou que os exames devem ser feitos rapidamente, pois, com o tempo o polônio desaparece.

A exumação do corpo, entretanto, não depende apenas da autorização da ANP, que já foi dada, mas também da permissão de Israel, que controla as fronteiras da Cisjordânia, para transferir as amostras retiradas do local para o laboratório na Suíça.

Suha Arafat, que forneceu os objetos de seu marido aos exames do instituto suíço, disse à Al Jazeera que "pelo menos fiz algo para demonstrar que sua morte não foi natural, mas, sim, decorrência de um crime".

De acordo com a rede de TV árabe, o polônio só consegue ser produzido a partir de um reator nuclear, uma vez que se trata de um elemento raro e de difícil fabricação.

 

Morte de ex-espião russo torna polônio 210 conhecido no mundo

Ex-espião da KGB Alexander Litvinenko em sua casa em Londres em 2002

 

 

06/12/2006

Até então praticamente desconhecido, o polônio 210 substância radioativa que matou o ex-espião russo Alexander Litvinenko, 43, e cujos traços foram encontrados em 12 locais de Londres, se tornou recentemente um dos principais personagens de jornais em todo o mundo.

No Reino Unido, mais de 30 mil pessoas enfrentaram o temor de terem sido contaminadas pela substância, que foi encontrada na última semana em ao menos dois aviões que voaram de Moscou para Londres antes da morte do ex-espião. 

Apesar de pouco conhecido, o polônio 210 é encontrado na natureza e é inalado por milhões de pessoas todos os dias - ele está presente, por exemplo, na fumaça do cigarro, no qual é conhecido por causar câncer de pulmão, segundo especialistas. 

Autoridades de saúde britânicas, no entanto, garantem que as amostras detectadas em escritórios e aviões não representam riscos para a população do Reino Unido. 

Enquanto teorias sobre a morte de Litvinenko se multiplicam, a confusão sobre a substância assusta o mundo e põe em xeque as relações entre o Reino Unido e a Rússia, cujas agências de inteligência são cada vez mais suspeitas de estarem por trás do assassinato.



Para esclarecer o que é, afinal, o polônio 210 e que riscos representa este raro "veneno" escolhido para matar o ex-agente da KGB em Londres, a Folha Online conversou por e-mail com o químico Heino Nitsche, da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos. Leia a seguir a íntegra da entrevista. 

Folha Online- O polônio 210 pode ser encontrado na natureza? O que é essa substância exatamente?

Heino Nitsche
- Esse elemento, de número 84 na tabela periódica, pode ser encontrado naturalmente no ambiente. Ele é fruto do decaimento (desintegração) do urânio 238, que existe em grandes quantidades na natureza, não apenas em depósitos naturais como ainda no solo e na água em alguns locais. 

Ele é encontrado em pequenas quantidades na fumaça do cigarro, e é conhecido por causar câncer de pulmão. A planta do tabaco absorve o urânio natural do solo, que se mais tarde desintegra para polônio 210 e é então inalado pelo fumante. 

O polônio 210 é radioativo. Geralmente, elementos podem ter vários isótopos (ou seja, que possuem o mesmo número de prótons mas número diferente de nêutrons em seu núcleo). Se a quantidade de prótons e nêutrons no núcleo do elemento é muito desigual, ele será instável e poderá decair para um elemento diferente. O polônio 210 se desintegra por decomposição "alfa", ou seja, seu núcleo emite íons do elemento hélio e gera a forma mais estável 206. 

Folha Online- Quanto tempo dura uma amostra de polônio 210 no ambiente?

Nitsche
- Essa substância tem uma meia-vida de 138,4 dias. Isso significa que, se alguém tem uma determinada quantidade de polônio 210, depois de 138 dias e meio, metade dessa quantidade terá se desintegrado para o 206. 

Então, metade do que resta de polônio 210 se desintegra novamente depois de mais 138 dias, deixando apenas um quarto da quantidade X inicial, e assim por diante.

Após dez meias-vidas, um milésimo de X ainda resta. Isso significa que essencialmente o polônio 210 se desintegra em 1.384 dias.

Folha Online- Como se produz artificialmente o polônio 210?

Nitsche
- Ele pode ser produzido em um cíclotron (acelerador de partículas), com o "bombardeio" do elemento bismuto 209 natural com nêutrons de alta energia. Nesta reação, o bismuto 210 radioativo é formado e, por ser radioativo, se desintegra e forma o polônio 210.

Folha Online- Que quantidade de polônio 210 pode matar uma pessoa?

Nitsche
- A dose letal estimada para ingestão é de 40 nanogramas (40 bilionésimos de grama), e 10 nanogramas no caso de ele ser inalado. Por ser necessária uma dose tão pequena, ele pode ser facilmente colocado em alimentos ou bebidas. E o polônio 210 só faz mal se for ingerido ou inalado.

Folha Online- O polônio 210 é mais perigoso do que outras substâncias radioativas?

Nitsche
- Essa é uma pergunta difícil. Depende da atividade específica de cada elemento, ou seja, de sua radioatividade por quantidade de massa. Bem, se considerarmos que uma dose letal é causada apenas pela radioatividade e não pela própria toxicidade do metal, então o polônio 210 é cerca de 75,5 mil vezes mais mortífero do que o plutônio 239, outra substância radioativa.

Folha Online- Quem tem a capacidade para produzir o polônio 210?

Nitsche
- Esta é uma substância controlada pelo governo e pelas leis de cada país. Nos Estados Unidos, qualquer substância radioativa só pode ser comprada por empresas federais ou com licença do Estado. Nem todos os países tem a tecnologia para produzir o polônio 210 --na verdade, relativamente poucos países podem produzi-la. 

A Rússia, no entanto, tem tudo o que é preciso para produzir este material.

Folha Online- Como é possível detectar o polônio 210? 

Nitsche
- Por ser radioativo, mesmo as menores quantidades de polônio 210 podem ser detectadas. 

Há a possibilidade de que alguém não esteja treinado o suficiente para saber quando o que é detectado é o polônio 210 "natural", que vem da desintegração do urânio presente no ambiente. 

O perigo desta substância provém da quantidade utilizada.

Folha Online- Como o polônio 210 pode ser transportado? Como ele poderia ter sido levado em aviões para o Reino Unido?

Heino Nitsche
- O transporte de substâncias radioativas é estritamente controlado. Se o polônio, ou vestígios dele, foi encontrado em aviões, então alguém que o transportava deve ter sido externamente contaminado.

Substâncias radioativas são detectadas muito mais facilmente do que substâncias não-radioativas (de mil a 100 mil vezes mais facilmente, na verdade). Mesmo traços mínimos podem ser detectados se alguém contaminado externamente tocar qualquer objeto em uma sala. 

Folha Online- Acredita-se que Alexander Litvinenko tenha sido envenenado no dia 1º de novembro, mas ele morreu no dia 23. Se o polônio é tão tóxico, ele poderia mesmo levar esse tempo para matar uma pessoa contaminada?

Nitsche
- Experiências de estudos com cobaias animais mostraram que a ingestão de 8,7 nanogramas de polônio 210 por quilo de peso mata em cerca de 30 dias. Esse resultado parece ser compatível com a morte de Litvinenko, apesar de não existirem estudos específicos em humanos. 

Heino Nitsche nasceu em 1949 e se formou em química na Freie Universitaet Berlin, na Alemanha, em 1976, onde também concluiu seu PhD em 1980. Entre 1998 e 2002, ele dirigiu o Centro Glenn T. Seaborg, no Laboratório Nacional Lawrence Berkeley (EUA). Hoje professor e pesquisador deste mesmo laboratório americano, ele também dirigiu o Instituto de Radioquímica de Forschungszentrum Rossendorf , na Alemanha.

 

     

http://www.elmundo.es/elmundosalud/2006/11/30/medicina/1164890320.html

 

 

Polônio achado em ex-espião poderia tê-lo matado cem vezes

A quantidade de polônio 210 achada no corpo do ex-espião russo Alexander Litvinenko poderia tê-lo matado cem vezes, revelou hoje o jornal britânico "The Guardian".

Segundo a publicação, adquirir essa dose teria custado 20 milhões de libras (cerca de US$ 40 milhões). Em uma carta só divulgada após sua morte, o ex-agente secreto, que morreu em 23 de novembro no University College Hospital de Londres, acusou Putin pelo envenenamento.

Ontem, três patologistas fizeram a necropsia do corpo do ex-espião no Royal London Hospital. 

Todos os que participaram do exame vestiram trajes especiais para evitar a contaminação pelos resíduos do polônio-210. Porém, os resultados da análise só ficarão prontos daqui a vários dias.

Officials in Hamburg on the trail of the deadly radioactive isotope that killed former Russian spy Alexander Litvinenko.

Officials in Hamburg on the trail of the deadly radioactive isotope that killed former Russian spy Alexander Litvinenko.



Exames realizados em duas pessoas que mantiveram contato com Litvinenko deram resultado positivo em exames para contaminação por polônio-210 o professor italiano com quem o ex-agente se reuniu no dia em ficou doente, Mario Scaramella, e a mulher do russo, Marina.

A polícia britânica agora investiga se Scaramella foi envenenado intencionalmente. 

Vestígios de substâncias radioativas foram achados em 12 lugares de Londres. 

Reunião

No dia 1º de novembro, o professor italiano se encontrou com Litvinenko, um crítico do presidente russo, Vladimir Putin, em um restaurante japonês do centro de Londres.

Segundo informações do próprio Scaramella, no encontro, apenas Litvinenko comeu, enquanto ele se limitou a beber uma garrafa de água.

A imprensa britânica informou que, no encontro, Scaramella forneceu ao ex-espião nomes de pessoas que poderiam estar envolvidas no assassinato da jornalista russa Anna Politkovskaya, e o alertou que os dois eram alvo de um grupo de ex-agentes do KGB.

Negócios

Fontes dos serviços de segurança consultados pelo "The Times" dizem que a morte de Litvinenko pode estar relacionada às atividades profissionais do ex-espião.

Aparentemente, ele trabalhava com empresários russos envolvidos no lucrativo setor energético e em negócios de segurança particular.

Nos últimos dias, as suspeitas recaíram sobre Andrei Lugovoy, um ex-agente do KGB com o qual Litvinenko se encontrou no mesmo dia da reunião com Scaramella num hotel do centro de Londres, segundo o "The Times".

Em uma carta só divulgada após sua morte, o ex-agente secreto, que morreu no University College Hospital de Londres após o rápido agravamento do seu estado de saúde, acusou Putin de estar envolvido na morte de Politkovskaya.

 

Italiano contaminado com polônio radioativo está hospitalizado

 

Scaramella

Scaramella claims he and Litvinenko were being targeted by "people linked with some clandestine operations.

 

O italiano Mario Scaramella já está no hospital da University College de Londres onde foi internado no final desta tarde, informou uma fonte do serviço de saúde, destacando, no entanto, que seu estado de saúde não era tão grave como o de Alexandre Litvinenko, o ex-espião russo morto a 23 de novembro, envenenado com polônio 210 uma substância altamente radioativa.

A Agência britânica de Saúde Pública havia anunciado pouco antes que um membro "adulto" da família de Litvinenko estava contaminada também com polônio 210, a um nível não "suficiente para provocar uma doença a curto prazo".

Scaramella, a última pessoa a se reunir com o ex-espião russo Alexander Litvinenko, é mitômano (pessoa que tem mania de mentir), espião, acadêmico e juiz.

Com 36 anos, nascido em Nápoles, a vida de Scaramella é marcada pelo mistério, as intrigas e os segredos. 

Proveniente de uma família do sul da Itália, sobrinho do influente ex-governador de Campagna (sul), Antonio Rastrelli, da Aliança Nacional (direita), Scaramella também é "juiz honorário" do tribunal de Nápoles, o que dá acesso privilegiado aos palácios judiciais.

O "professor", como lhe chamam seus conhecidos e colaboradores, fala inglês fluentemente e no dia 1º de novembro jantou num restaurante japonês de Picadilly, no centro de Londres, com Litvinenko. Nessa mesma noite o ex-agente russo começou a se sentir mal.

Litvinenko foi envenenado com polônio 210, uma substância extremamente radioativa e pouco comum. 

Posteriormente, o italiano foi submetido a exames que confirmaram a presença de uma dose relevante de radioatividade. 

Scaramella voltou para Londres na terça-feira passada e desde então está sob custódia policial num lugar secreto. Ele está colaborando com a investigação e negou qualquer envolvimento no envenenamento do ex-espião. 

"Especialista em direito espacial e segurança ambiental", com cargos de assessor e docência em várias universidades e centros de estudo do mundo, entre elas a Universidade de Stanford, na Califórnia, a Universidade de Rosário, na Colômbia, e a Universidade Frederico 2º de Nápoles (sul da Itália), Scaramella é um dos principais personagens da saga de espiões, política e envenenamentos descoberta depois da morte de Litvinenko.

O ex-espião russo morto Alexander Litvinenko, 43, é a segunda vítima do polônio-210 de que se tem notícia na história, depois do assistente da cientista Marie Curie (Nobel de física e química) cerca de cem anos, segundo o professor de física Peter D. Zimmerman, do King's College de Londres. 

"Não há muitos antecedentes, levando-se em conta que só se conhecem duas pessoas que morreram por grave envenenamento com polônio, um deles é o assistente de Marie Curie há quase cem anos", afirmou o professor Zimmerman na edição européia do "The Wall Street Journal" que foi publicada nesta sexta-feira.

 

Saiba como o polônio entrou tão facilmente no Reino Unido

 


O polônio é um metalóide mortal quando ingerido, pois tem o poder de destruir o DNA do corpo humano. Mas devido ao fato de não penetrar a pele, é de fácil transporte mesmo através de fronteiras nacionais.

O elemento radioativo usado para matar o ex-espião russo Alexander Litvinenko (conhecido como Polônio 210), pode matar em questão de minutos. Menos de um grama do pó prateado, caso ingerido, é suficiente para matar.

Pelo fato de o polônio emitir partículas alfa, grandes partículas que não conseguem penetrar as camadas mais externas da pele, é um elemento relativamente seguro de ser transportado. E por causa de seus raios alfa não serem penetrantes, eles não são detectados por monitores de radiação o que, possivelmente, explica a facilidade com que o elemento fora contrabandeado para o Reino Unido.

Pistas sobre como Litvinenko foi envenenado podem conduzir a impressões digitais que estejam no rastro deixado pelo elemento radioativo, afirmaram especialistas nesta quinta-feira.

Litvinenko, que acreditava ter sido envenenado em 1º de novembro, foi internado em um hospital de Londres quando seu cabelo caiu, seus intestinos e garganta incharam e seus sistema imunológico entrou em colapso. Ele morreu em 23 de novembro, dia em que os médicos diagnosticaram que ele estava com leucemia, informaram fontes oficiais.

Patologistas iniciarão uma autópsia no corpo de Litvinenko na sexta-feira.

No entanto, os sintomas de Litvinenko coincidiam com envenenamento por radiação, o que pode causar náusea, vômitos, perda de cabelo e queimaduras mesmo semanas após a ingestão.

Elementos radioativos como o polônio têm o poder de destruir moléculas em células vivas, alterando seu DNA, o que, acredita-se, torna as vítimas mais suscetíveis ao desenvolvimento de câncer. Em doses letais, contudo, o polônio 210 é poderoso. De acordo com as fontes no Laboratório Nacional de Los Alamos, é 250 bilhões de vezes mais mortal que o ácido cianídrico. Litvinenko morreu poucas semanas depois de adoecer e os médicos não puderam fazer nada para salvá-lo.

O polônio permanece em superfícies até oito meses após o contato inicial.

Litvinenko pode ter expelido traços de polônio em sua transpiração, os quais podem ser encontrados em objetos tocados por ele antes de sua morte, afirmam especialistas.

Até então, a radiação tem sido detectada em mais de duas dúzias de locais em e ao redor de Londres, incluindo-se a casa de Litvinenko, um restaurante onde ele jantou e os dois últimos jatos da British Airways que voaram entre Moscou e outras cidades européias, dizem fontes oficiais.

Mas o secretário do Interior, John Reid, não disse quanto de radioatividade proveniente do polônio 210 foi encontrada, pois aviões são naturalmente expostos a radiação devido Às grandes altitudes em que sobrevoam o planeta.

Especialistas em saúde destacam que apenas traços de radiação foram detectados em Londres, o que faz do risco público mínimo. Dezoito pessoas que poderiam ter sido expostas ao polônio, e que tiveram conexão com Litvinenko, consultaram-se com especialistas, mas testes feitos por eles, até o momento, deram negativo, disse Reid.

O polônio, como todas as substâncias radioativas, é encontrado no meio-ambiente: no ar, na água, na comida, no solo e em organismos vivos.

Mas o polônio também é produzido artificialmente em reatores nucleares, principalmente para eliminar eletricidade estática.

A Rússia usava polônio em seu programa espacial.

"O veneno foi, provavelmente, feito em lugar muito especializado", disse o dr. Derek Hill, um especialista em radiologia no Kings College em Londres. "Não é o tipo de coisa que você possa fazer em sua garagem."

Na quinta-feira, auxiliares de um ex-premiê russo, que sofreu uma queda na Irlanda, um dia após a morte de Litvinenko, disseram acreditar que ele tinha sido envenenado.

Yegor Gaidar, 50, um líder de um partido de oposição liberal na Rússia, começou a vomitar e desmaiou durante uma conferência na semana passada.

Tabela periódica

O polônio é um elemento químico de símbolo Po, de número atômico 84 na tabela periódica (84 prótons e 84 elétrons) e pertence à família dos metalóides. À temperatura ambiente, o polônio encontra-se no estado sólido, apesar de ser bastante volátil.

Chamado inicialmente de rádio F, foi descoberto por Marie Curie e Pierre Curie, em 1898, sendo mais tarde chamado de polônio em homenagem a Polônia, país natal de Marie. Naquela época a Polônia estava sob domínio russo e não era reconhecida como uma nação. O polônio pode ter sido o primeiro elemento nomeado com o objetivo de realçar uma controvérsia política.

Este elemento foi o primeiro a ser descoberto pelo casal Curie quando investigavam a causa da radioatividade da pechblenda (principal mineral-minério de urânio, além de ser também fonte de rádio). A pechblenda, após a remoção do urânio e do rádio, ficava mais radioativa que o urânio e o rádio juntos. Este fato os impeliu a procurar o novo elemento.

O polônio é um elemento muito raro na natureza, sendo encontrado nos minérios de urânio em aproximadamente 100 microgramas por tonelada. Sua abundância natural é de cerca de 0,2% do rádio.

O polônio, quando misturado ou em liga com o berílio, pode ser empregado como uma fonte de nêutrons.

Este elemento também tem sido usado em dispositivos que eliminam cargas estáticas produzidas nas indústrias de laminação de papel, laminação de plásticos e fiação de fibras sintéticas na indústria têxtil.

O polônio é usado em escovas que removem a poeira acumulada em filmes fotográficos.

Pequenas quantidades também são adicionadas às velas de motores de combustão interna, além de ser proposto como gerador termoelétrico em satélites artificiais e sondas espaciais.

 

Saiba mais sobre contaminação por materiais radioativos

A contaminação radioativa pode acontecer por meio de ingestão, inalação, injeção ou absorção de material radioativo por meio da pele como, por exemplo, por meio de um ferimento exposto.
Por essa razão, é fundamental utilizar equipamentos de proteção ao lidar diretamente com materiais radioativos. O Polônio-210 é um material que só leva à morte se ingerido ou inalado.
A contaminação radioativa acidental também pode ocorrer após a ingestão de plantas, carnes, água ou leite de animais expostos à radiação. 
Após um incidente de grandes proporções, todas as possibilidades devem ser investigadas.
A descontaminação de objetos, máscaras ou roupas em geral é simples e exige apenas cuidados de segurança. A descontaminação do organismo é mais difícil, dependendo do nível de radiação ao qual a pessoa foi exposta. 
O Polônio é um elemento químico altamente radioativo e tóxico. Cada miligrama de polônio possui alto grau de radioatividade, e lidar diretamente com este material é uma atividade bastante arriscada, que exige o uso de equipamentos especializados e procedimentos restritos.
A radiação emitida pelo polônio danifica vastamente o organismo caso seja ingerido ou inalado.

Efeitos biológicos da radiação

Os efeitos biológicos dependem de vários fatores:

1. Poder de penetração da radiação: Dependendo do Alfa Beta e Gama.

2. Energia e nível de exposição à radiação: quanto maior o tempo de exposição e de tipo mais enérgica de radiação, a maior serão os efeitos em diferentes tipos de tecidos.

3. Propriedades químicas da fonte radioativa: A ação depende do tempo de permanência no corpo, Kr-85 é inerte e corre rápido pelo corpo, mas substitui o Sr-90 é incorporado em cálcio e dos ossos, causando mais danos.

4. Radiação ionizante de alimentação: de radiação pode induzir excitação eletrônica, de ionização de átomos e moléculas, ou fracionamento de moléculas, produzindo íons ou radicais. A radiação gama é muito penetrante mas pequenos raios ionizantes e alfa são menos penetrante, mas muito ionizante.

Potencial de bactérias a uma proteção intestinal

O intestino delgado é o órgão exuberante, dinâmica, com uma gama variada e complexa de funções vitais. Seus vilosidades e microvilosidades fornecer uma plataforma para a absorção de nutrientes, mas ao mesmo tempo, as células do epitélio e imune deve manter-se fora os patógenos que escapam do ambiente sombrio do estômago. Talvez como uma forma de atender a essas responsabilidades, pequenas unidades intestinais epiteliais se dividem muito rapidamente, em 13 a 16 células por hora.

efeitos tóxicos da radiação no intestino

A radiação ionizante e quimioterapia desempenhar um papel de "ligação" no intestino e induzir a apoptose de células estaminais responsáveis ​​pela reposição das vilosidades (Figura 1). Em pacientes que recebem tratamento para o cancro, os efeitos nocivos da radiação sobre o intestino e medula óssea pode exigir a suspensão de outros tratamentos potencialmente benéficos. Recentemente, utilizando um modelo de murino, Lyudmila G.Burdelya e colegas (2008 Science. 11 de abril de 320 (5873) :226-30) testaram uma nova abordagem para proteger as lesões intestinais induzidas por irradiação. Especificamente, eles testada uma versão recombinante da flagelina proteína bacteriana.

A exposição do corpo de radiação ionizante (como antes do transplante de medula óssea) faz com que a apoptose em massa das células estaminais na base das células intestinais e endoteliais dos vasos sanguíneos que alimentam o revestimento do intestino. Este dano é acompanhada por uma perda de altura das vilosidades intestinais, afetando a capacidade de absorver nutrientes.

A fase orgânica é iniciada com a ativação de reações enzimáticas para reparar os danos causados ​​pela radiação. Algumas dessas lesões serão reparadas e não afetou a viabilidade celular e não será reparado com os outros que ocorrem em interfase mitose morte celular, ou mesmo após várias divisões celulares após a exposição à radiação. As consequências biológicas da irradiação de células são manifestados muito mais tarde como:

  1. A resposta de tumores para a radioterapia .
  2. Os efeitos colaterais associados com a terapia de radiação aguda e tardia.
  3. Desenvolvimento de neoplasias a longo prazo radioinduzidas mutações em células somáticas .
  4. Desenvolvimento da malformações genéticas nos filhos por mutações em células germinativas.

Radiobiología1.png

Consequências da radiação no ser humano:

 



Ex-espião

A coffin bearing the remains of former Russian spy Alexander Litvinenko is prepared for burial at Highgate Cemetery in north London, 07 December 2006

 

O ex-espião russo Alexander Litvinenko, 43, morreu na quinta-feira (23/11/2006) em Londres, após ser envenenado por polônio-210 material altamente radioativo. Segundo especialistas, uma alta concentração do material foi detectada em seu organismo por meio de um exame de urina.
O caso foi a primeira morte confirmada por envenenamento deliberado com materiais deste tipo, embora já houvesse registro de duas tentativas de envenenamento com tálio radioativo contra o ex-agente da KGB Nikolay Khokhlov e contra o jornalista russo Yuri Shchekochikhin. 
Nesta segunda-feira, policiais britânicos detectaram vestígios de radioatividade em vários locais onde o ex-espião esteve após ser contaminado, em 1º de novembro. 

No entanto, segundo especialistas do Reino Unido, os vestígios de polônio detectados até o momento em Londres representam risco mínimo para a população. 
Médicos que realizarão a autópsia no corpo do ex-espião na sexta-feira (1) utilizarão medidas especiais de segurança, para evitar a contaminação.

Entenda o caso do espião russo envenenado em Londres

 

 

 

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Este site foi atualizado em 04/03/19