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A
espécie mais consumida é a Cannabis sativa
(hemp): uma planta da família Cannabaceae, que
há séculos tem sido cultivada por causa de sua fibra, suas
sementes e seu poder narcótico: das folhas e flores, duas
drogas são extraídas: a marijuana e o hashish. Ao contrário
do que muitos podem acreditar,
o uso desta planta como
narcótico é, de longe, ultrapassado por suas fibras e
sementes.
O cultivo do hemp teve origem na Ásia central; na China, por
exemplo, existem registros do uso das fibras de Hemp mesmo
antes do ano 2800 A.C.. O hemp é uma planta que cresce em
zonas temperadas e é cortada anualmente. Pode atingir 5
metros de altura, mas a altura média oscila entre 2 a 3
metros. As folhas são digitadas e as flores são pequenas e
amareladas.
A griffe Maconha
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Tecidos feitos com fibras da cannabis são,
atualmente, altamente fashion. |
As fibras são obtidas através de uma série de operações,
incluindo o desfolhamento, a secagem, esmagamento e
agitação, que separam as fibras da madeira, resultando em
longas e finas fibras, de cerca de 1,8 metros. Estas
fibras são fortes e duráveis,
e são utilizadas para a fabricação de cordas, cabos,
esponjas, tecidos (similar ao linho) e fios. O óleo é obtido
das sementes (cerca de 30% em peso) e é utilizado para o
preparo de tintas, vernizes, sabões e óleo comestível. O
maior uso das sementes, entretanto, é para a alimentação de
pássaros domésticos. Os maiores consumidores das sementes de
hemp são a Itália, UK, Bélgica, Alemanha e França.
Também da China vem o primeiro registro do uso da cannabis
sativa por seus efeitos narcóticos: no ano 2700 A.C. a
cannabis era utilizada na medicina chinesa como um
analgésico, anestésico, antidepressivo, antibiótico e
sedativo. No decorrer da história, vários povos encontraram
usos medicinais para a cannabis. Mais recentemente, no
século XIX, a planta era indicada para o tratamento da
gonorréia e da angina! O principal ingrediente ativo na
cannabis sativa é o
tetrahidrocannabinol (THC), que está presente em
praticamente todas as partes da planta, mas principalmente
nas flores e na resina das fêmeas.

O Bong é utilizado para esfriar e suavizar a forte
fumaça produzida pelo hashish |
O uso como narcótico para fins não medicinais, entretanto, é
bastante difundido no mundo inteiro, através de várias
formas de preparto e consumo da erva. Marijuana, hashish,
charas, ghanja, bhang, kef e dagga são algumas das maneiras
que a cannabis pode ser consumida.
Hashish - o
nome deriva da secção dos Mohammedan conhecidos como
Hashishin ou "assassinos", que, liderados pelo Persa Hasan-e
Sabba, combateram as Cruzadas nos séculos XI e XII - é a
forma mais potente do consumo de cannabis (contém cerca de
15% de THC!), sendo cerca de 12 vezes mais forte do que a
marijuana. Consiste, basicamente, na resina liberada pelas
plantas (cannabin). Usuários africanos comem (misturado com
bolos ou biscoitos) ou fumam o hashish; muitas vezes,
utilizam o "cachimbo-d'água" -
bong ou narguilé -
para suavizar a forte fumaça. Poucas regiões, entretanto,
produzem plantas ricas em resinas o suficiente para a
preparação do hashish. Esta droga foi introduzida na Europa
durante o período de Napoleão, e ainda hoje é bastante
utilizada, sendo uma das formas mais comuns na França e
Inglaterra da cannabis. Na Índia, o hashish é preparado de
uma maneira ligeiramente diferente e é chamado de
charas.
Como se faz o
Hashish?
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A maior parte do hashish consumido no mundo é
preparado manualmente: operários do tráfico
percorrem as fazendas de cannabis e extraem - com as
mãos - a abundante resina presente no topo dos
galhos da planta.
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Ghanja
é uma forma menos popular da cannabis; ao contrário do
hashish e charas, que contém somente a resina das plantas, a
ghanja é preparada também com as flores, folhas e alguns
galhos da cannabis. Mesmo assim, a ghanja é particularmente
potente, pois é preparada com plantas selecionadas,
generosamente ricas em resina. Muito comum na Índia, a
ghanja é fumada em cachimbos ou em cigarros. Também da Índia
vem o bhang,
uma preparação parecida com a ghanja mas isenta das flores
da cannabis. Por isso, contém menos resina e é menos
potente.

A Marijuana é a forma mais utilizada da Cannabis no
hemisfério ocidental |
Muitas vezes, o bhang é também transformado em uma bebida:
as folhas são reduzidas a um fino pó que é macerado com
água. Após a ebulição, obtém-se um líquido bastante
narcótico, que também é utilizado em vários rituais Hindus.
É, literalmente, um chá de cannabis.
A marijuana é a
forma preferencial do consumo da cannabis no hemisfério
ocidental. Consiste na mistura de várias partes da planta
seca: folhas, galhos, flores e sementes. É uma forma bem
branda de consumo, tal como o bhang da Índia. Tipicamente, é
fumada em cigarros (baseados) ou cachimbos. Ocasionalmente,
entretanto, é ingerida sob a forma de chás ou cozida na
forma de bolos. A potência da marijuana varia muito, em
função da planta utilizada.
A planta seca
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A marijuana consiste na cannabis inteira - galhos,
folhas e flores - seca.
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O uso milenar da planta por suas sementes e fibras
vem sido dificultado: em muitos lugares o cultivo da
cannabis é proibido, mesmo que para fins não narcóticos.
Algumas variedades geneticamente modificadas - incapazes de
produzirem quantidades apreciáveis de cannabinóides - foram
introduzidas na agricultura. Hoje, mesmo no Brasil, é
possível se encontrar roupas e outros artefatos produzidos
com fibras de cânhamo.
Você sabia?
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Câ-nha-mo x Ma-co-nha
No Brasil, a marijuana é popularmente chamada de
maconha. Este nome vem de um trocadilho com a
palavra cânhamo, a forma como o hemp era
conhecido pelos sul-americanos. No Brasil, após
a proibição do cânhamo, os usuários inventaram
uma espécie de código não ilícito para se
referir à droga. A moda pegou e, hoje, a palavra
é mais conhecida do que a versão original e
existe até mesmo nos dicionários!
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Deu no
Jornal!
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Forensic Science International 112
(2000) 143–150
Salvia divinorum:
uma nova droga
recreacional na Switzerland!
Não é de hoje que os poderes
alucinógenos da Salvia divinorum são
conhecidos: os índios Mazatec da cidade
de Oaxaca, no México, já utilizavam esta
erva para curandeirismo e fins
religiosos muito antes dos espanhois
vislumbrarem o mundo novo. Nas últimas
décadas, jovens de várias cidades
mexicanas têm experimentado a Salvia
divinorum como um substituto para a
marijuana.
Agora esta planta chegou a Europa:
diversas plantas já foram encontradas na
Switzerland. Como não existe, ainda,
legislações em nenhum lugar do mundo que
proibam a planta ou seu princípio ativo,
esta Salvia com sabor de menta tem
grande chance de se tornar,
mundialmente, a versão legal da maconha!

A Salvia divinorium é uma planta
rara, nativa de algumas regiões do
México
Os índios Mazatec chamavam esta planta
de "folhas de Maria". Eles acreditavam
que o consumo do chá destas folhas
permitiam suas viagens para os céus e,
então, eles poderiam conversa com os
deuses. Nestas conversas, obtiam o
diagnóstico e tratamento para as doenças
de seus povos.
Os estudos científicos com a planta só
iniciaram em 1962. O principal
ingrediente ativo é a salvinorin A, uma
substância psicoativa com efeitos e
potência similar a da mescalina. A
inalação de apenas 200 micro-gramas de
salvinorin A produw profundas
halucinações. Nas folhas, a concentração
de salvinorin chega a 3 mg/g, sendo
suficiente para, num cigarro, causar
grande efeito psicotrópico.

salvinorin A
Os índios, entretanto, não preparavam
cigarros com esta planta: eles faziam
chás ou, simplesmente, mascavam suas
folhas. Na Switzerland, entretanto, os
jovens usuários estão utilizando a
planta exatamente como a marijuana,
confeccionando baseados.
Muitos websites são dedicados a S.
divinorum. Pela internet é até possível
se comprar folhas, extratos ou mesmo
sementes da planta. |
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Maconha e a
Preguiça
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Uma das únicas atividades do maconheiro
assíduo é o ato de fechar o baseado. Pouco,
além disso, parece despertar o seu
interesse.
Isto porque os cannabinóides comprovadamente
reduzem a atividade motora, provocam
letargia e até a catalepsia.
Este é apenas um dos efeitos negativos no
consumo da maconha. |
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Mudanças de hábitos
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O uso prolongado é
capaz de alterar a personalidade do
usuário. O
maconheiro experimenta pouco prazer em
atividades não relacionadas com o
consumo da marijuana. Os amigos
"caretas" são banidos de seus círculos
de amizades. Os seus programas
culturais, recreacionais e de lazer
ficam cada vez mais condicionados ao uso
da maconha. Suas ambições são,
resumidamente, como a da moça na foto:
um grande e eterno baseado.
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